O excesso de ingestão de flúor no período de formação dos dentes pode resultar em uma alteração chamada de fluorose. A fluorose se manifesta principalmente pela mudança de cor do esmalte do dente, podendo aparecer por meio de manchas ou linhas brancas. Nos casos mais graves essas marcas podem ter coloração acastanhada ou marrom. O dente pode também pode sofrer uma perda na sua estrutura e se tornar mais friável, ou seja, mais fácil de quebrar.
Atualmente, a maior causa da fluorose é a ingestão da pasta que contém flúor, principalmente em localidades onde a água do filtro (Sabesp) já contém a quantidade adequada de flúor. Portanto, o uso de pasta dental com flúor em sua composição é contra-indicado para crianças pequenas, evitando-se, assim, que a criança engula flúor durante a escovação.
Normalmente a fluorose não passa de uma dentição para outra, ou seja, quando ocorre fluorose nos dentes de leite, os permanentes não estarão necessariamente afetados. Isto porque, ela ocorre no período de formação e os dentes de leite e permanentes se formam em épocas diferentes. Até mesmo na dentição permanente ela pode aparecer em alguns dentes e em outros não, ou ainda, com diferentes graus de severidade. Tudo depende da época de ingestão do excesso de flúor. O período de maior risco é até os seis anos de idade, quando estão se formando a coroa dos dentes permanentes anteriores.
Os dentes com fluorose são ligeiramente mais resistentes a cárie dental, mas não são imunes a ela. Portanto, devem receber a mesma atenção preventiva dada aos outros dentinhos.
A descoberta da fluorose não traz grandes mudanças do ponto de vista prático, a não ser nos casos em que a estética fique prejudicada e começa a incomodar. A maioria dos casos observados atualmente é de fluorose de grau muito leve ou leve, em que manchas ou linhas brancas ficam disfarçadas quando o dente está úmido, não sendo necessário nenhum tipo de tratamento.
Se for necessário melhorar a estética existem algumas técnicas disponíveis que vão de um microdesgaste do esmalte até técnicas restauradoras tradicionais. Mas do ponto de vista prático o mais importante é a prevenção!
*Texto Adaptado da coluna - Orientando o paciente - Site APCD